PERFIL: Agostinho Tadashi Ogura

“Foi um grande desafio”
Por mais de um ano, o geólogo e pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), Agostinho Tadashi Ogura, acompanhou como consultor as mudanças operaconais introduzidas na Defesa Civil de Salvador (Codesal), entre as quais a estruturação do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cemadec).
Como vasta experiência na área –  que lhe rendeu em 2012 o cargo de diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação -, Ogura destaca que o monitoramento é uma das quatro frentes estratégicas do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais que inclui ainda obras estruturais de caráter preventivo; mapeamento de áreas de risco; e capacidade de resposta frente a ocorrências, incluindo socorro, assistência e reconstrução.
O Plano foi lançado há cinco anos pelo governo federal para reduzir as vítimas e prejuízos materiais devido a desastres naturais em épocas de chuvas.
Sobre a colaboração na construção da Nova Codesal, ele define que “foi um grande desafio”  alcançar as metas que tinha acertado com a Prefeitura de Salvador.  “Neste contexto de reestruturação da Nova Codesal,  proposta do prefeito ACM Neto que precisava de um Codesal mais preventiva, contratou-se o IPT que tem uma história de atuação preventiva bastante antiga. E um dos principais instrumentos para as ações preventivas em Salvador foi o PPDC (Plano de Prevenção e Defesa Civil)”, avalia.
“O PPDC foca no monitoramento das condições climáticas e previsão de chuvas, com a adoção de quatro níveis de observação: atenção, alerta, alerta máximo; determina  também os critérios de mudança de nível e as ações. Elaboramos o plano com a cara de Salvador. Treinamos e capacitamos os colaboradores da Defesa Civil, interna e externamente, participamos dos simulados, dos planos de evacuação e operamos o PPCD em caráter piloto durante as chuvas de 2016”, explica.
Segundo ele, a operação piloto foi importante porque permitiu realizar ajustes no plano de modo a integrar as propostas do PPDC em caráter mais definitivo para os próximos anos. “Com a estruturação do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cemadec) passou-se a trabalhar com o foco nos valores de limiares, nas previsões meteorológicas de continuidade das chuvas e no monitoramento de ocorrências”.
O geólogo espera ainda que a parceria com a Codesal não se encerra como o fim do contrato, destacando a expetativa de que a colaboração continue.
Novos horizontes
Filho de país japoneses que imigraram para o Brasil no início dos anos 50 “em busca de novos horizontes de vida em um país jovem e promissor e saindo  de um país em reconstrução após o final da Segunda Guerra Mundial”, Ogura nasceu em Niterói, Rio de Janeiro. “Quando me sentia um perfeito fluminense, meus pais decidiram se mudar para São Paulo. E lá fui eu com 7 anos, um japonês como sotaque carioca, morar na capital paulista”.
Formou-se em Geologia pelo Instituto de Geociências de São Paulo em 1981, embora trabalhasse como assistente de filmagens na região do Pantanal matogrossense. Foi quando recebeu um telegrama do IPT chamando-o para uma oferta de emprego na área de Petróleo, instituição na qual permanece até hoje.

Árvores nas cidades

Importância das árvores para o ambiente urbano foi o tema do debate no programa Capital Natural, com participação de pesquisadora do IPT

Árvores são vitais para a qualidade de vida nos centros urbanos, pois atuam diretamente sobre a melhoria da qualidade do clima, do ar e da paisagem. Mesmo assim, as árvores são muitas vezes maltratadas e mal vistas por parte da população das cidades, que muitas vezes as enxergam como fontes de transtornos, principalmente nas épocas de chuva.

Árvores são muitas vezes vistas pela população como fontes de transtornos, principalmente nas épocas de chuvas – este foi um dos temas discutidos no programa

O programa Capital Natural exibido pela Bandnews no dia 4 de fevereiro buscou desmistificar estas visões e mostrar a importância das árvores no ambiente urbano.

Os dois convidados foram o botânico e ambientalista Ricardo Cardim, criador do projeto Florestas de Bolso, e a engenheira agrônoma Raquel Amaral, pesquisadora do Laboratório de Árvores, Madeiras e Móveis do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). (Fonte IPT)

Confira abaixo o programa na íntegra:

Redução de risco de desastres é tema de livro

Para fornecer subsídios à discussão da gestão de riscos e desastres ambientais, um livro editado pela Casa Militar e pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil de São Paulo acaba de ser lançado sob o tema ‘Redução de risco de desastres: uma construção da resiliência local’. Quinze capítulos do livro discutem os cenários diferenciados de vulnerabilidade do Brasil e da América Latina em relação aos seus aspectos geográficos, socioeconômicos, culturais e técnico-científicos, dois deles escritos com participação de geólogos do Centro de Tecnologias Geoambientais do IPT.

Livro apresenta uma visão prática e simplificada de como os conhecimentos sobre a gestão de riscos e desastres podem auxiliar na prevenção e redução de seus efeitos.

A construção da resiliência municipal é um ponto fundamental no processo de redução de risco de desastres, e essa obra lança luz sobre importantes áreas a serem exploradas pelos gestores públicos na implantação efetiva das políticas públicas de proteção e defesa civil no País.

Escrito em parceria pelo pesquisador do IPT Marcelo Gramani e pela geóloga do Instituto Geológico, Lidia Keiko Tominaga, o capítulo 5 do livro trata da identificação e mapeamento de áreas de risco de desastres naturais. Os dois autores apresentam os conceitos básicos e as análises relacionadas ao perigo e ao risco, e métodos de avaliação e mapeamentos de risco a deslizamentos e inundação aplicados no estado de São Paulo e no País.