Perfil – Rosana Hipólito

“A Codesal tem sido uma
experiência de humanização”

Rosana ingressou na Codesal há 4 anos e meio, em maio de 2013, quando Alvaro Silveira era diretor da Defesa Civil de Salvador. Antes, ela havia trabalhado no setor de cartões de crédito do Banco Itaú. Na Defesa Civil, começou na sala de atendimento telefônico ao público, o 199. Em seguida foi transferida para a Engenharia onde digitava os dados coletados nas vistorias, passando-os para o sistema.

Com a chegada dos tablets, que modernizaram a coleta de dados pelos engenheiros, foi transferida, este ano, para a mobilização de comunidades que vivem em áreas de risco com o intuito de formar os Núcleos de Proteção e Defesa Civil (NUPDECs).

Sua estreia na Subcoordenação de Ações Comunitárias e Educativas da Codesal (SUCED) foi em uma atividade na comunidade de Bom Juá (Arraial do Retiro). Relata que andando pelas ruas daquela comunidade, se deparou com a cena de um filhote de cachorro recém-nascido que ia ser jogado na rua. Não resistiu e acolheu o animal.

“Trouxe o cachorrinho comigo. Como não poderia mantê-lo em casa, postei nas redes sociais e apareceu uma senhora empresaria, que ficou com animal”.

Ações Educativas

Ela se diz feliz na atual atividade Setor de Ações Educativas da SUCED e também por ter finalmente realizado o sonho de conciliar trabalho com o estudo. Hoje, cursa Pedagogia, carreira que escolheu por ter gosto pelo ensino e por aprender coisas novas.

“Sou grata a Kelly [Morais], subcoordenadora da SUCED. Ela possibilitou aplicar meu projeto pedagógico nas escolas por meio das atividades do PDCE (Programa Defesa Civil nas Escolas)”.

Na SUCED, ela começa a visitar escolas, entender os processos de ensino, avaliar os projetos pedagógicos. “Estudei todo o Guia de Orientação Pedagógica sobre o Programa de Defesa Civil nas Escolas (PDCE). Foi aí que surgiu a ideia de usar as palavras cruzadas para reforçar os conteúdos apresentados durante os módulos do PDCE. Fazemos perguntas como ‘Quem deveríamos chamar quando ocorrer um deslizamento’ ou ‘Qual a árvore que acumula água nas raízes?”.

Reforçando o estímulo da competição promovida pela atividade, Rosana solicitou a subcoordenadora Kelly a aquisição de 50 medalhas para serem distribuídas entre os melhores alunos nas seis escolas que inicialmente receberiam o PDCE. “Seria um incentivo aos alunos que tivessem os melhores desempenhos. Esse tipo de ação ampliou meu estímulo em trabalhar na Codesal”.

Trabalhos manuais

Além da pedagogia, uma outra faceta de Rosana é o talento para trabalhos manuais. “Sou apaixonada pela área estética. Gosto de aprender coisas diferentes. Até na engenharia aprendi muita coisa com os engenheiros”.

Inquieta, depois das medalhas, ela apresentou a ideia de oferecer um troféu aos melhores alunos do PDCE. O objeto, por ela projetado, foi construído a partir de uma criativa montagem de garrafas pet que, após ganharem a forma pretendida, são pintadas de dourado. Dificilmente o observador desavisado vai perceber tratar-se de material plástico.

Sobre a experiência na Defesa Civil, ela afirma que “quando cheguei à Codesal, senti o impacto. A situação causada pelas chuvas de 2015 foi marcante. Não vou esquecer todas aquelas pessoas desabrigadas que buscavam ajuda aqui na Defesa Civil. Serviu de experiência e humanização”, define.

Perfil: Eduardo dos Santos Nascimento

Formado pelo Senai, em 2010, Eduardo, antes mesmo de concluir o curso, já trabalhava em empresas de construção civil, como a Siene, em empreendimentos do porte do Salvador Prime.

“Atuava no setor de qualidade, acompanhando o desenvolvimento da obra, produzindo relatórios para indicar ao engenheiro o que necessitava ser corrigido. Passei por todas as etapas daquele setor, da concretagem ao acabamento. Foi enriquecedor”.

No início do ano passado, inscreve-se no concurso Reda, sendo aprovado na mesma área de sua atuação profissional. Na Defesa Civil, começou realizando vistorias em construções localizadas em áreas de risco .

Sobre essa experiência, ele revela que, embora envolvido no ramo da construção civil, não tinha noção da quantidade de áreas de riscos que existem em Salvador.

Posteriormente foi transferido para atuar no Centro de Monitoramento de Áreas de Risco (Cemadec) da Codesal e agora está na Ouvidoria do Setor de Atendimento.

“Aqui ouço a população. Quando as pessoas necessitam de esclarecimentos relativos à segurança de seus imóveis, os atendentes encaminham para mim”, esclarece Eduardo que também procede a liberação de lona e vistorias.

“O trabalho é bastante diversificado, pois cada situação difere da outra, tornando o serviço muito interessante”, define.

Somos a Codesal: Sônia Maria Anunciação de Oliveira

“São chamados de sábios os que põem as coisas em sua devida ordem”.

A frase, atribuída a Tomás de Aquino, frade da Ordem dos Pregadores italiano cujas obras tiveram enorme influência na teologia e na filosofia, vem norteando a trajetória profissional de Sônia Oliveira, que passou a integrar o quadro funcional da Defesa Civil de Salvador desde janeiro de 2014 .

Mas no serviço público ela já contabiliza 36 anos, dos quais 19 como secretária administrativa e secretária orçamentária. Ao longo deste tempo passou por boa parte dos órgãos que integram a administração municipal. Iniciou a carreira em 1971, no antigo Montepio dos Servidores Municipais que posteriormente passou a se chamar IPS. Ela lembra que sua sogra necessitava formar uma equipe para atuar na área de informática. “Fiz a seleção na qual participaram 40 pessoas, cinco passaram. Eu estava entre os aprovados”.

Entre as atividades estavam a anotação dos falecimentos de servidores em livro de registro de modo a permitir o controle de pagamento de pensão. Em 1975, ela se casa e se afasta temporariamente do serviço público para cuidar dos filhos Ana Carolina e Ricardo. Algum tempo depois, é requisitada pelo então superintendente de Parques e Jardins, Augusto Viana, para atuar como secretária. A SPJ funcionava então no Dique do Tororó.

É na Secretaria da Fazenda (Sefaz), contudo, que Sônia vai se tornar uma eficiente secretária orçamentária. Ela lembra que uma máquina de escrever apropriada era usada para preencher as planilhas da estimativa do orçamento. “Era exímia datilógrafa”, revela.

Contudo, quando os computadores começaram a substituir as antigas ferramentas, ela resistiu à inovação. “Tinha pavor do computador”. Foi o gerente de Orçamento, Alberto Pastori Filho (já falecido), que contribuiu para que perdesse o temor de usar o equipamento. “Ele foi meu grande incentivador para que passasse a usar a nova máquina”, conta. “Lembro que ele costumava dizer: isso aqui não é como máquina de escrever, se errar volta e refaz”.

Com a chegada de uma nova administração municipal , o Orçamento foi transferido para a Secretaria de Planejamento e Sônia, que é formada em Contabilidade, foi transferida de órgão uma vez que seus conhecimentos tornaram-se indispensáveis pois dominava o processo analítico  e sintético do orçamento municipal. O senso de organização rendeu a ela a confiança das chefias pois tinha o hábito de ordenar e arquivar a papelada gerada nas atividades. “Qualquer documento que era solicitado pela chefia, eu sabia onde estava”.

Após a Seplan, ela atuou ainda na Casa Civil, no Gabinete do Prefeito e na Fundação Mario Leal Ferreira. No Cades, que funcionava no Caminho das Árvores, reestruturou o almoxarifado. Posteriormente foi para a Administração Regional (AR) da Liberdade onde pôde aplicar um outro talento seu que é o de trabalhar nas comunidades.

Nesse período, Sônia aproveitou o estímulo ao aperfeiçoamento do servidor dado pela Prefeitura para fazer um curso superior formando-se em Administração com RH, na Faculdade São Camilo. Posteriormente fez uma pós-graduação em Gestão de Pessoas na Faculdade Olga Meting que resultou na monografia “Organização, sistema e método: um estudo de caso da Defesa Civil de Salvador. “Hoje agradeço ao Juarez Aquery (então gestor da AR – Liberdade) e a Prefeitura pelo estímulo para fazer esses cursos”.

Sônia colabora na Codesal, há nove anos, no período da Operação Chuva e, depois, pediu a transferência definitiva. No órgão foi digitadora na Engenharia, quando ampliou seu interesse pela organização de documentos uma vez que o setor gera inúmeros relatórios e notificações.

Foi dela a iniciativa de organizar e arquivar toda essa documentação – entre os anos 2000 e 2017 – em caixas indexadas e simetricamente guardadas em armários de aço que ela exibe com orgulho. Atualmente é arquivista no Setor de Documentação da Codesal. “Gosto do trabalho e me esforço para fazê-lo bem feito”.

PERFIL: Agostinho Tadashi Ogura

“Foi um grande desafio”
Por mais de um ano, o geólogo e pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), Agostinho Tadashi Ogura, acompanhou como consultor as mudanças operaconais introduzidas na Defesa Civil de Salvador (Codesal), entre as quais a estruturação do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cemadec).
Como vasta experiência na área –  que lhe rendeu em 2012 o cargo de diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação -, Ogura destaca que o monitoramento é uma das quatro frentes estratégicas do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais que inclui ainda obras estruturais de caráter preventivo; mapeamento de áreas de risco; e capacidade de resposta frente a ocorrências, incluindo socorro, assistência e reconstrução.
O Plano foi lançado há cinco anos pelo governo federal para reduzir as vítimas e prejuízos materiais devido a desastres naturais em épocas de chuvas.
Sobre a colaboração na construção da Nova Codesal, ele define que “foi um grande desafio”  alcançar as metas que tinha acertado com a Prefeitura de Salvador.  “Neste contexto de reestruturação da Nova Codesal,  proposta do prefeito ACM Neto que precisava de um Codesal mais preventiva, contratou-se o IPT que tem uma história de atuação preventiva bastante antiga. E um dos principais instrumentos para as ações preventivas em Salvador foi o PPDC (Plano de Prevenção e Defesa Civil)”, avalia.
“O PPDC foca no monitoramento das condições climáticas e previsão de chuvas, com a adoção de quatro níveis de observação: atenção, alerta, alerta máximo; determina  também os critérios de mudança de nível e as ações. Elaboramos o plano com a cara de Salvador. Treinamos e capacitamos os colaboradores da Defesa Civil, interna e externamente, participamos dos simulados, dos planos de evacuação e operamos o PPCD em caráter piloto durante as chuvas de 2016”, explica.
Segundo ele, a operação piloto foi importante porque permitiu realizar ajustes no plano de modo a integrar as propostas do PPDC em caráter mais definitivo para os próximos anos. “Com a estruturação do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cemadec) passou-se a trabalhar com o foco nos valores de limiares, nas previsões meteorológicas de continuidade das chuvas e no monitoramento de ocorrências”.
O geólogo espera ainda que a parceria com a Codesal não se encerra como o fim do contrato, destacando a expetativa de que a colaboração continue.
Novos horizontes
Filho de país japoneses que imigraram para o Brasil no início dos anos 50 “em busca de novos horizontes de vida em um país jovem e promissor e saindo  de um país em reconstrução após o final da Segunda Guerra Mundial”, Ogura nasceu em Niterói, Rio de Janeiro. “Quando me sentia um perfeito fluminense, meus pais decidiram se mudar para São Paulo. E lá fui eu com 7 anos, um japonês como sotaque carioca, morar na capital paulista”.
Formou-se em Geologia pelo Instituto de Geociências de São Paulo em 1981, embora trabalhasse como assistente de filmagens na região do Pantanal matogrossense. Foi quando recebeu um telegrama do IPT chamando-o para uma oferta de emprego na área de Petróleo, instituição na qual permanece até hoje.

Árvores nas cidades

Importância das árvores para o ambiente urbano foi o tema do debate no programa Capital Natural, com participação de pesquisadora do IPT

Árvores são vitais para a qualidade de vida nos centros urbanos, pois atuam diretamente sobre a melhoria da qualidade do clima, do ar e da paisagem. Mesmo assim, as árvores são muitas vezes maltratadas e mal vistas por parte da população das cidades, que muitas vezes as enxergam como fontes de transtornos, principalmente nas épocas de chuva.

Árvores são muitas vezes vistas pela população como fontes de transtornos, principalmente nas épocas de chuvas – este foi um dos temas discutidos no programa

O programa Capital Natural exibido pela Bandnews no dia 4 de fevereiro buscou desmistificar estas visões e mostrar a importância das árvores no ambiente urbano.

Os dois convidados foram o botânico e ambientalista Ricardo Cardim, criador do projeto Florestas de Bolso, e a engenheira agrônoma Raquel Amaral, pesquisadora do Laboratório de Árvores, Madeiras e Móveis do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). (Fonte IPT)

Confira abaixo o programa na íntegra:

Somos a Codesal: Jailton de Santana Daltro

“Estou interessado nas atividades do PDCE”
Desde de abril de 2015, Jailton Daltro, 21 anos, integra o quadro de servidores da Defesa Civil de Salvador, inicialmente como operador de telefonia no 199, para em seguida integrar-se na Subcoordenação de Ações Educativas e Comunitárias. No ano passado, ele colaborou com as atividades do Programa da Defesa Civil nas Escolas (PDCE) e de formação dos Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (NUPDECs). “Gosto de atuar na logística e organização desses projetos”, afirma.

Ele lembra que chegou à Codesal poucos dias antes do fatídico 27 de abril de 2015, quando começaram as fortes chuvas que resultaram em deslizamentos e mortes nas áreas de risco da capital. “Os corredores aqui da Codesal ficaram tomados de pessoas que perderam suas casas. Pediam ajuda e alimentos”, lembra.

Uma situação vivida naquela época emocionou Jailton a ponto de fazê-lo chorar: “Um rapaz ligou para o 199 pedindo socorro, dizendo que tinha uma criança viva nos escombros de Barro Branco. Ligamos para o Corpo de Bombeiros e informamos a situação. Apesar de um engarrafamento que atrasou a ação de resgate, a criança, felizmente, foi salva”, conta.

Jailton considera 2015 como o ano mais impactante de sua atuação na Defesa Civil, mas afirma que tem aprendido muito auxiliando nas atividades preventivas do órgão “Essa vivência tem me levado a fazer amizades nas comunidades e a aprender que muitas vezes reclamamos da vida, mas vivemos no paraíso se compararmos com as condições daquelas pessoas”, pondera. Ele cita, como exemplo, a comunidade de Mamede, (Alto da Terezinha – Subúrbio Ferroviário) onde apesar da precariedade as pessoas “encontram soluções de sobrevivência e são felizes”, constata.

Pai de Juliana, de 2 anos, e apaixonado pelo esporte, Jailton ensaiou a carreira de jogador de futebol, mas viu seu sonho logrado: “Tem várias coisas sujas dentro do futebol”. Para este ano, além de fazer um curso técnico, ele está interessado em dar continuidade às atividades do PDCE. “É importante oferecer às crianças uma educação ambiental, falar da questão do lixo, do saneamento, dizer que elas podem melhorar as suas comunidades. Estou empolgado. As crianças são as ferramentas para realizar a transformação”.

Fazemos a Codesal: Jaciara Silva de Oliveira

Conheça a técnica administrativa Jaciara Oliveira que atua na Defesa Civil de Salvador (Codesal) há mais de 20 anos.


Jaciara chegou à Codesal, em 1996, como voluntária para auxiliar nas atividades de resposta da Defesa Civil ao deslizamento de terra que aconteceu na comunidade Barro Branco.

Acabou não voltando mais para a Sead (Secretaria de Administração), onde era lotada, passando a atuar como técnica administrativa e posteriormente como secretária na gestão de cinco diretores do órgão. Atualmente, trabalha na Subcoordenadoria de Áreas de Risco, atividade com a qual diz se identificar “por lidar com situações emergenciais e de proteção”.
Com vinte anos de casa, ela afirma sentir falta de uma maior integração e companheirismo entre os funcionários da Defesa Civil, desejando que 2017 “traga maior coesão e entendimento entre os colegas”.

Uma das portas de entrada para isso, sugere, seria a retomada do “Aniversariante do Mês”, uma confraternização mensal entre os funcionários da casa.