“Estamos ajudando a poupar vidas”
Formado em Meteorologia pelo Instituto de Ciência Atmosférica da Universidade Federal do Alagoas (UFAL), Giuliano começou a trabalhar com meteorologista na Codesal em fevereiro do ano passado quando a Defesa Civil de Salvador iniciava seu processo de modernização que teve como resultados, entre vários avanços, a criação do Centro de Monitoramento e Alerta de Defesa Civil (Cemadec).
O centro é dotado de sistemas de acompanhamento das chuvas, de monitoramento das áreas de risco da capital e de alerta e alarme, e que, para funcionar de forma apropriada, demanda profissionais especializados em climatologia.
Como não existem cursos nesta área nas instituições de ensino superior da Bahia, a seleção envolveu a busca por profissionais em outros estados. Isso permitiu a Giuliano, que também possui pós-graduação em Meteorologia, a candidatar-se à vaga. Suas qualificações, atestadas pelo currículo Lattes e pela entrevista, asseguraram a aprovação.
“Eu já trabalhava na universidade no Laboratório de Previsão Numérica do Tempo. Meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) foi voltado para áreas de risco, utilizando o modelo de mesoescala para o município de Maceió. Isso envolvia a previsão das condições climatológicas com uma antecedência de 72 horas”, explica, acrescentando que “quanto mais precisa for a informação melhor para salvar vidas”. O bem-sucedido modelo foi posteriormente replicado na Codesal, abrangendo a cidade de Salvador.
Pouco depois da formatura já estava a caminho de Salvador para assumir o posto na Codesal. “Não conhecia a cidade. Foi Ricardo [Rodrigues] (subcoordenador de Gestão do Cemadec e seu chefe) que me deu o apoio até que me estabelecesse na cidade”, lembra. Apesar de afastado de família, Giuliano conta que sempre adotou uma postura de independência diante da vida e que tinha como foco que “o importante é construir minha carreira profissional”.
Entre as rotinas diárias dele no Cemadec estão a análise de campos meteorológicos (umidade relativa, temperatura, velocidade do vento etc); proceder a previsão do tempo para 72 horas, de acordo com protocolo do PPDC, elaboração de informativo e alertas (enviados por e-mail e SMS), monitoramento e manutenção de pluviômetros, entre outras. “Minha trajetória na Codesal tem sido um aprendizado de grande importância”, avalia.
Para ampliar a precisão de seu modelo de previsão do tempo, Giuliano realiza no momento um estudo sobre o período de retorno (a quadra chuvosa em Salvador que vai de abril a julho) fazendo um comparativo dos registros históricos do índice pluviométricos de 1913 a 2017. Ele avalia que “as previsões que são feitas para o período chuvoso têm sido eficientes. O nosso objetivo é antever o que vai acontecer, pois assim estamos ajudando a poupar vidas”.
Ao avaliar o primeiro ano na Defesa Civil, ele afirma que o convívio com as populações que vivem em áreas de risco fez com “passasse a ter uma maior identificação e compromisso com os problemas dessas comunidades”.