“Estou interessado nas atividades do PDCE”
Desde de abril de 2015, Jailton Daltro, 21 anos, integra o quadro de servidores da Defesa Civil de Salvador, inicialmente como operador de telefonia no 199, para em seguida integrar-se na Subcoordenação de Ações Educativas e Comunitárias. No ano passado, ele colaborou com as atividades do Programa da Defesa Civil nas Escolas (PDCE) e de formação dos Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (NUPDECs). “Gosto de atuar na logística e organização desses projetos”, afirma.
Ele lembra que chegou à Codesal poucos dias antes do fatídico 27 de abril de 2015, quando começaram as fortes chuvas que resultaram em deslizamentos e mortes nas áreas de risco da capital. “Os corredores aqui da Codesal ficaram tomados de pessoas que perderam suas casas. Pediam ajuda e alimentos”, lembra.
Uma situação vivida naquela época emocionou Jailton a ponto de fazê-lo chorar: “Um rapaz ligou para o 199 pedindo socorro, dizendo que tinha uma criança viva nos escombros de Barro Branco. Ligamos para o Corpo de Bombeiros e informamos a situação. Apesar de um engarrafamento que atrasou a ação de resgate, a criança, felizmente, foi salva”, conta.
Jailton considera 2015 como o ano mais impactante de sua atuação na Defesa Civil, mas afirma que tem aprendido muito auxiliando nas atividades preventivas do órgão “Essa vivência tem me levado a fazer amizades nas comunidades e a aprender que muitas vezes reclamamos da vida, mas vivemos no paraíso se compararmos com as condições daquelas pessoas”, pondera. Ele cita, como exemplo, a comunidade de Mamede, (Alto da Terezinha – Subúrbio Ferroviário) onde apesar da precariedade as pessoas “encontram soluções de sobrevivência e são felizes”, constata.
Pai de Juliana, de 2 anos, e apaixonado pelo esporte, Jailton ensaiou a carreira de jogador de futebol, mas viu seu sonho logrado: “Tem várias coisas sujas dentro do futebol”. Para este ano, além de fazer um curso técnico, ele está interessado em dar continuidade às atividades do PDCE. “É importante oferecer às crianças uma educação ambiental, falar da questão do lixo, do saneamento, dizer que elas podem melhorar as suas comunidades. Estou empolgado. As crianças são as ferramentas para realizar a transformação”.